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II Desafio 50 K da Chapada do Araripe

II Desafio 50 K da Chapada do Araripe

Oláááá! Tudo bem? Hoje preciso relatar a experiência que tive no II Desafio 50 K da Chapada do Araripe realizado no dia 26 de março.

Já adianto nessa introdução que foi algo incrível, além, claro, de ser o evento em que me tornei ultramaratonista.

Portanto, olha que emoção!

Então, não vamos perder tempo…

Partiu Chapada do Araripe e Desafio 50 K da Chapada do Araripe.

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Bem isso mesmo…

Descobrindo o Desafio 50 K da Chapada do Araripe

Soubemos da existência dessa prova a partir de uma conversa com a amiga corredora de Recife que conhecemos na Indomit Bombinhas, a Martha Cazzetta.

Dessa forma, vários fatores foram decisivos para a participação nessa corrida, entre eles: 

  • a possibilidade de fazer uma ultramaratona;
  • conhecer a Chapada do Araripe pessoalmente (uma bela desculpa!).

Portanto, tendo o aval dos treinadores (que gostaram da ideia e resolveram participar também), era só fazer a inscrição, comprar as passagens e reservar o hotel.

Ah sim, e treinar, he he he he… 

Aliás, quantos treinos…

Foi aí que percebi que cansei de longas distâncias, mas isso é assunto para outro post, outro dia…

Quase uma semana antes de nossa ida, recebemos um lindo SMS da Avianca avisando que nosso voo havia sido cancelado. Gente, eu sempre pergunto a mim mesma: 

“Por que as coisas não podem ser normais? Por que sempre tenho que ter emoções fortes antes das viagens?”. 

Conseguimos que nos alocassem em um voo de outra companhia aérea para que não chegássemos tão tarde a Juazeiro do Norte.

Obrigada Avianca pela compreensão, pois queríamos que nada desse errado nessa corrida, muito menos chegar exaustos para correr 50 km.

A entrega dos kits do Desafio 50 K da Chapada do Araripe

A entrega do kit aconteceu somente na véspera da prova no Hotel das Fontes, o mesmo em que ficamos hospedados e que seria a chegada da prova.

Foi uma entrega super tranquila e rápida.

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Meu lugar!

Lá também aconteceu o congresso técnico, que foi muito elucidador, tanto em relação à prova em si quanto em relação à região do Geopark Araripe (que falarei em outro post).

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Início da palestra

Aconteceu uma palestra ministrada pelo Professor Nivaldo Soares Almeida antes das informações sobre a corrida.

Ao final da palestra, teve entrega de brindes e eu ainda ganhei uma réplica de um fóssil que será super utilizada nas minhas aulas de Ciências para o 6º ano…

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Explicações…
Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Eu, Otávio, Jacque e Luiz e nossas réplicas de fósseis…

A organizadora da prova, Karina, fez uma introdução e agradeceu nominalmente a alguns atletas dos estados presentes ali.

Fiquei surpresa ao ouvir meu nome e achei isso muito interessante. 

Também gostei muito das dicas de segurança apresentadas, pois havia uma “tradução” para a terminologia local de cada uma delas, ha ha ha ha… 

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Adorei a criatividade…

O grande dia do Desafio 50 K da Chapada do Araripe

O dia começou beeeeemmmmm cedo (relógio tocou às 3h45m), porque a largada seria às 5h15m.

Para nossa surpresa, quando estávamos indo tomar café, caiu a maior chuva. 

Gente do céu, ser pega pela chuva no meio do caminho é uma coisa, agora, largar na chuva…

Não gosto não…

Dessa forma, mentalizei MUITO para que parasse (ou pelo menos, diminuísse) e fui agraciada, he he he he. 

Nada de chuva para caminhar até a largada e nem durante a corrida!

Deu até para fazer o book antes da largada com a Martha e com nossos treinadores, Luiz e Jacque.

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Selfie com Martha…
Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Selfie com treinadores

Hora de largar em busca da ultramaratona

Largada pontual às 5h15m. Estava escuro, mas logo clareou. Já começamos subindo.

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E Otávio dispara…

Foram 800 metros de caminhada forte em um piso de pedras.

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Primeiro terreno…
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Quando tirei essa foto, nem estava ligada no que estava acontecendo atrás…

Depois passamos para um piso de terra batida, corremos pelo asfalto e entramos na Floresta Nacional (FLONA) do Araripe. 

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Piso…

Eu nunca tinha ido a uma FLONA, só estudado sobre ela tanto na faculdade de Biologia quanto na de Turismo.

Portanto, adorei, pois foi mais uma experiência na vida, he he he… 

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Eu e as placas…

FLONA do Araripe

E lá fomos nós até praticamente o km 14 dentro da FLONA. 

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Entrando na FLONA
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Alguns obstáculos…

Teve uma menina que toda hora avisava de galhos aéreos e troncos no chão.

Depois achei o nome dela na lista.

Então, faço um agradecimento público aqui: obrigada Flávia Tavares.

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Corredora Flávia, que ia avisando os obstáculos…

Teve uma névoa muito inacreditável (que não consegui retratar perfeitamente, pois ainda estou aprendendo a usar a câmera).

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Ohhhhhhhhhhhh… Nunca imaginaria encontrar algo assim nesse local…
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Book…

Hidratação na prova…

O primeiro posto de hidratação também foi na FLONA.

Achei bom não poder sair com as garrafinhas/copos de água do posto, pois isso evitava que lixo fosse jogado no ambiente (apesar de em alguns momentos encontrarmos embalagens de gel no caminho, aff!). 

Reencontrei Otávio nesse posto e fomos juntos até o km 35.

Mas antes do 35, muita coisa aconteceu, he he he he…

Portanto, não vamos perder o foco…

Aliás, aproveite e inscreva-se no Canal Viajar correndo para não perder as novidades…

Quando saímos da FLONA, encontramos um piso de pedrinhas perigosas na descida.

Como não queria me arrebentar em uma possível queda, desci caminhando com cuidado.

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
As pedrinhas…

Confira algumas reflexões no caminho, he he he…

Aliás, não deixe de se inscrever no Canal Viajar correndo para não perder as novidades…

Depois de um tempo chegamos ao segundo ponto de hidratação, mas antes passamos por um vilarejo.

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O vilarejo… Tadinho do galo. Ele cantava tão feliz… Eu fico triste com esses bichinhos…
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Segundo posto de hidratação…

Passando por Arajara…

Seguimos até o distrito de Arajara e aproveitei para fotografar a Igreja de Arajara no km 18.

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Mais obstáculos
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Outro obstáculo…
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Igreja de Arajara…

Corremos no asfalto por um trecho e depois voltamos para uma estrada de terra. 

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
De volta ao asfalto!

Aí um cachorro veio atrás da gente. Um pinscher. Ahhh, você vai pensar: 

“você se preocupou com um pinscher?”

Gente, eu já tive um pinscher e essa raça é muito chatinha, com dentinhos afiadinhos que machucam. 

A dona dele continuou sentadinha falando 

“vem fulano”

e o cachorro vindo atrás e latindo bravo.

Como sempre, não hesitei e mandei aquele grito que vem da almaaaaaa quando tenho medo, mas demorou para fazer efeito, porque o bichinho continuou vindo, ha ha ha ha ha…

Depois fiquei com os pulmões doendo.

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Mais um bichinho que me deixa triste…

Mais um posto de hidratação…

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Depois de fugir do pinscher…

…e uma subidinha no asfalto.

No entanto, como tudo que sobe também desce, veio um trecho bom de descida. 

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Gostei dessa foto
Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Momento amor…

Não gosto de forçar em descidas, mas aproveitei esse momento para dar uma apressada! Até que…

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Feliz, até que…

Picada da Mutuca na corrida

Gosta de dramas assim? Então, não deixe de se inscrever no Canal Viajar correndo para não perder os outros…

Um drama, né? Sempre tem que ter os dramas, he he he he…

Onde já se viu mutuca matar… Só mesmo Carolina delirando na corrida…

Estávamos quase no km 25, encontramos uma corredora chamada Germana que estava fazendo dupla.

A gente conversou um pouco, ela perguntou se eu tinha um gel, mas eu só tinha bananada e uma polpa de fruta. 

Não tenho mais corrido com gel, pois estava me enjoando.

Depois fui reencontrá-la na chegada, enquanto ela aguardava uma amiga, mas isso eu conto depois…

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Ahhhhhhhhhhh, metade…

Impressões sobre a metade do Desafio 50 K da Chapada do Araripe

Já sabe, né? Dramas, você encontra aqui… Portanto, não deixe de se inscrever no Canal Viajar correndo para não perder as novidades…

No km 25, o posto de transição, havia água, isotônico e comidinhas.

Não quis comer nada, mas abusei do Gatorade.

Quando estávamos quase prontos para partir, vimos Jacqueline se aproximando. 

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Otávio chegando ao km 25. 
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Jacqueline chegando ao km 25
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Saindo do km 25

Segunda metade do Desafio 50 K da Chapada do Araripe

Sendo assim, fomos juntos para a segunda parte da prova…

A mais temida, já que o relevo era meio bizarro e eu já estava cansada…

Na verdade, o segundo trecho começou na paz.

Fomos até a cidade de Barbalha pelo asfalto.

Sendo assim, íamos intercalando caminhada com um trote leve.

Além disso, não houve grandes dramas nesse período.

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Vamos que vamos… Jacque na frente…
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Padre Cícero no caminho…
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Chegando… Calma, em Barbalha.
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Tempo para book…
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Tempo para polpa de frutinha…

Correndo em Barbalha

Para entrar no centro da cidade, havia uma subidinha (que não era nada comparada com o que iríamos enfrentar, ha ha ha ha ha). 

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E toma Coca-Cola!

Passamos pela Igreja Matriz e vi que havia uma escultura que retratava um bichinho se dobrando a um santo (seria Santo Antônio?) em frente a ela.

Achei bonitinha essa escultura, apesar de ser triste (sempre!!!!). 

Desafio 50 K da Chapada do Araripe

Até perguntei ao motorista que nos levou ao aeroporto o que era, mas ele disse que era algo novo e que não sabia explicar.

Caso alguém saiba e possa dizer o que é, pode escrever aqui nos comentários. Ficarei agradecida.

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Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Igreja Matriz

Voltando à corrida, corremos por ruas de pedrinhas e chegamos à Igreja do Rosário.

Eu a achei linda (já até tinha visto quando fomos a Juazeiro do Norte, mas só as laterais e não pela frente).

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Faltam 20 km! As pedrinhas…
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Correndo pela cidade…
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Mensagem de apoio e força…
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Achei linda a Igreja do Rosário…
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Tinha que ter um book, né?

Contornamos a igreja e já vimos o posto de hidratação que se encontrava na frente de uma residência.

Paramos por um tempo e havia uma pessoa jogando água nas nossas panturrilhas e fazendo massagem rápida “porque a gente ia precisar MUITO delas daqui para frente”.

Bom, não levei muita fé nisso, mas essa pessoa estava MUITO certa!

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Chegando ao posto de hidratação
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Antes de continuar, momento de amor…

Deixando o Centro de Barbalha…

O Sol já estava incomodando e eu buscava toda sombra possível.

Na saída da cidade havia um entroncamento que nós atravessamos.

Passamos por uma subida leve e viramos à esquerda. Era uma descida! 

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
A alegria da descida…

Aproveitamos para correr e ganhar tempo.

No final da descida havia um local com várias carroças e uma imagem de Santa Terezinha do Menino Jesus.

Não sou uma pessoa extremamente religiosa, mas eu pedi a ela que nos desse forças, porque estava sinistro já…

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Santa Terezinha do Menino Jesus…

Viramos à direita e seguimos pelo asfalto até um trecho com terra batida. 

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Trecho de asfalto até…
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…entrarmos no trecho de terra.

Eu estava começando a sentir meu ciático repuxar e a lombar travar.

Fui andando e fazendo massagem (quem viu a cena deve ter achado algo estranho, mas enfim, melhor parecer estranha e conseguir chegar ao final, ha ha ha ha). 

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Algumas pedrinhas no caminho…

Algumas subidinhas apareceram, mas podemos chamar de subidinhas mesmo, afinal, o que vinha depois… he he he he.

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Posto de Hidratação do km 35

Km 35, posto de hidratação.

Gatorade amigo e lá fomos nós. Jacqueline estava tranquila e foi na frente. Otávio ficou para trás.

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Otávio chegando ao posto do 35.

Separando-me de Otávio durante a corrida…

Quando eu olhava para trás, via que ele se afastava cada vez mais, mas não me preocupei porque ele sempre recebe um “sopro de vida” e acaba me alcançando de novo. 

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Começando a descer

Fui alternando caminhada com corrida, apreciando a paisagem e sempre buscando estar perto de alguém (vocês já sabem que eu tenho medo de ficar sozinha nas trilhas). 

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Mesmo cansada, a gente sorri para a foto, he he he he
Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Sempre buscando algum companheiro por perto…

Quando vinha uma moto, eu “gelava”!

Foi bom porque fiquei “refrescante” por um bom tempo, já que passava moto toda hora.

Brincadeira, he he he he he…

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Observando a paisagem. Casa de marimbondo.
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Uma sombrinha chegando…

Começamos a subir pela estrada de terra mesmo. 

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O verde encantador da paisagem…
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Buscando mais um companheiro de corrida para não ficar sozinha na estrada. Acho que é o Vinícius.

Encontrei o corredor Vinícius se alongando. Resolvi dizer algo como 

“força, Vinícius”

(a vantagem de ter número de costas).

Tem gente que não gosta muito de ouvir esse tipo de palavra, mas pelo caminho eu ainda tinha forças para falar (mais para o final, eu já não conseguia, ha ha ha).

Cheguei ao km 37 e ainda consegui ver a beleza nas flores ao lado da placa. 

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Flores no km 37

A força do fotógrafo…

O fotógrafo Renato Neves estava mais ou menos por ali. Eu estava andando e ele disse: 

“corre Carolina, para eu fazer uma foto aqui”. 

Cara, aquilo me deu um sopro de vida e eu corri além das vistas dele.

Tive a chance de ver a foto que ele fez. Achei um espetáculo!

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Correndo após o sopro de vida do fotógrafo. No mesmo ponto, em ângulos diferentes… Essa é a minha visão…
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Essa é a visão do fotógrafo… Aquela lá na frente sou eu, ha ha ha ha. Fotografia de Renato Neves.

Começamos a correr em uma área com mais vegetação

. Mas em alguns momentos ficava tudo bem aberto e o o Sol estava bem aloprado no corpo… 

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Paisagem…

Era um lugar que parecia que estavam fazendo obras. Foi uma coisa surreal. 

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E a bióloga acha um diplópode “gigante”

A gente ia vendo as pessoas lá em cima meio que se arrastando. 

E ainda teria que passar por um bom trecho até alcançar onde elas estavam. 

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E as pessoas lááááá longe…
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Parada estratégica para apreciar a paisagem. Ahhh, paraaaa, dia primeiro de abril foi anteontem… Fala logo que cansou e resolveu parar…
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Vamos, força!
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Anima! Lá vem a descida…
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As descidas eram animadoras!
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Sombra refrescante…

Drama no Desafio 50 K Chapada do Araripe…

No km 39,7, vi um corredor deitado no chão, sem um dos tênis.

Ai meu Deus! Havia um outro corredor com ele e perguntei se ele estava machucado (ohhhhhh, será Carolina???? Ele quis deitar ali para tirar uma soneca, né?). 

A pessoa que estava com ele respondeu que sim e pediu para eu avisar no posto de hidratação que ele estava precisando de ajuda. 

Cara, eu juro que me esforcei para correr e chegar mais rápido, mas EU NÃO CONSEGUIA!

O ciático repuxava e até o trocanter doía (e eu nunca tinha tido dores no trocanter). 

Eu fui esperando encontrar o próximo posto no km 40, uma vez que eles estavam aparecendo praticamente de 5 em 5 km), mas não foi assim…

Aí, sucumbi…

Viu como o drama é garantido? Então, inscreva-se no Canal Viajar correndo para não perdê-los.

Cheguei a um rio, onde havia um grupo de pessoas.

De longe, assim como no deserto, tive uma miragem e achei que seriam os staffs. 

Quando cheguei mais perto, eram corredores.

Pedi que avisassem que havia um corredor machucado no km 39, pois, com certeza, eles me ultrapassariam, já que eram todos “meninos novos”. 

No entanto, um deles me disse: 

“nós não vamos agora não, pois vamos ficar com nosso amigo”. 

Putz! O corredor que estava mergulhado no rio não estava lá de bobeira, para um puro refresco…

Ele também estava passando mal… 

Segui o caminho então e me vi sozinha na mata.

Mais um motivo para apressar o passo, massss… as subidas foram ficando mais íngremes.

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Tem alguém sucumbindo aí???? 

Motivação para continuar correndo…

Eu estava me sentindo como aqueles sobreviventes do acidente aéreo dos Andes: o grupo ficou esperando enquanto três deles foram atrás de ajuda.

Lembrar-me dessa história naquele momento foi algo motivador.

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Sobeeeeeee…
II Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Mesmo na sombra estava difícil…
Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Deusssssss, me dê forças!

Vi alguns corredores saindo de uma casa e pensei: “posto de hidratação”.

Mas não era…

As pessoas estavam tomando uma ducha com uma mangueira.

Bom, a menina da casa me ofereceu (obrigada!), mas tinha a missão de chegar ao posto de hidratação, o que só aconteceu alguns metros depois, já no km 41.

Achei uma cadeira, me joguei nela, enquanto dava o recado.

Ufa! A staff disse que alguém já tinha avisado e que estavam esperando o resgate aparecer.

Alívio! Pedi água para encher o reservatório da mochila e… SURPRESA!!! Não havia… 

Ai Jesus! A staff falou que tinha conseguido uma jarra com a moradora (o posto estava em frente a uma casa). 

Enquanto eu descansava sentada, a gente encheu o reservatório com aquela água. Obrigada! 

Por mim, eu ficaria mais um tempo sentada, mas como reencontrei a minha treinadora pelo caminho, tive que encarar a pressão novamente e correr (ops, voltar ao movimento, pois andei, ha ha ha ha ha).

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Vários caminhos… 
Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Seguindo em busca do fim…
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Uma visão…
Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Achei essa árvore linda!

Sou Ultramaratonista!

 Corre, anda, corre, anda, fomos avançando… Km 43. Sou ultra!

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Km 43!

No entanto, não havia tempo para comemoração, pois o tempo estava bem avançado já.

Assim que passamos pela placa, eu pensei: 

“Meu Deus, como será que está Otávio? Onde será que ele está? Será que ele vai conseguir água no último posto?” 

Pedi a Deus que desse tudo certo e que Ele desse forças para Otávio seguir.

Como vocês podem ver, essa corrida manifestou uma grande religiosidade em mim, he he he he…

Eu estava tão estafada que já não tinha mais vontade de fotografar!

Como assim? É um milagre!

Chegamos a um trecho em que havia um fotógrafo (acho que era no km 44). Ele teve a “audácia” de falar: 

“dá um pulinho”. 

Caraaaaaaaaaaaaaa, como dar um pulinho naquele momento????? A perna estava indo no automático, ha ha ha ha…

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Mais um pouco do caminho…

Mais reflexões durante a corrida pela Chapada do Araripe

Nesse meio tempo, aconteceu um fato triste…

Em algum momento, havia algumas crianças brincando.

Quando elas nos viram, elas foram para a beirada da estrada e bateram palmas dizendo palavras de incentivo. 

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
As crianças que foram o ponto alto dos Kms finais. Rostos desfocados em vista da proteção da imagem da criança e do adolescente. 

Gente, eu só não me debulhei em lágrimas porque precisava guardar o resto de forças que ainda tinha (a garganta ficou apertada), mas fiquei refletindo sobre a vida que algumas pessoas levam… 

Algumas pessoas têm tudo e são azedas, amargas e etc. Já outras são super simples e felizes!

Quando Otávio disse que passou nesse trecho e as crianças perguntaram se ele tinha garrafinhas, tive vontade de me bater.

Sério! Eu vivo doando as garrafinhas para meus alunos que nem sempre valorizam as coisas e há no mundo pessoas que querem uma coisa simples dessa. 

Otávio disse que não tinha a garrafinha, mas ofereceu as bananadas que tinha levado (e elas quiseram).

Se eu voltar para fazer essa prova de novo, vou levar vááááárias garrafinhas para elas e sair distribuindo.

Chegamos ao posto de hidratação do km 45.

Achei um tronco e sentei.

Foi importante demais essa parada! 

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Olha o tronco que virou banquinho ali no fundo…

Falta pouco…

Bebi mais Coca-cola e pensei em onde estaria Otávio.

Eu estava estranhando ele ainda não ter chegado…

Um staff disse que o asfalto apareceria no km 47. Então, lá fomos nós…

Entre os kms 45 e 47 apareceram algumas descidas que nós aproveitamos para trotar.

Passamos por uma casinha e lá estava Santa Rita! 

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Santa Rita

Mais pensamentos para mim, para Jacque, para Luiz e para Otávio…

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Quase no asfalto
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A alegria de quase chegar ao asfalto, ha ha ha ha

 Barulhos de carros, sinal de que o asfalto se aproximava…

E lá estava ele… Isso não significava que seria mais fácil, mas que estava mais perto de chegar…

Desafio 50 K da Chapada do Araripe

O asfalto chegou!!! Falta pouco!

Bom, apesar de desejar o asfalto, o que indicava que estaríamos próximos do fim, eu achei essa parte perigosa.

Não havia acostamento na maior parte do trecho, os carros estavam passando em alta velocidade e nós estávamos no mesmo sentido que os carros.

Toda hora que ouvia um barulho de veículo vindo, eu fazia sinal com as mãos como forma de dizer: 

“Olha, a gente está aqui, cuidado!!!”.

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Muito estreita a parte para corrermos
Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Falta pouco, masssss ainda tinham algumas subidas…

Eu queria ver as placas para o Balneário do Caldas, porque aí faltaria pouco MESMO.

Mas… Era tanta subida que demorou bem…

Finalmente, as placas.

Então, viramos, finalmente! 

Desafio 50 K Chapada do Araripe
Chegando…

Chegando, finalmente!

Um ciclista passou por nós e disse: 

“Não desistam”. 

Eu não tinha forças, mas imagina se eu ia desistir, ainda mais faltando apenas 1 km…

Quem me conhece sabe que vou arrastada, mas vou…

FINALMENTE, A MARCAÇÃO DOS 50 KM. 

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Seria uma miragem?????

Eu ficaria só com a marca no asfalto mesmo, mas a Jacque falou para fazermos uma selfie. 

Desafio 50 K Chapada do Araripe
Nããããão, é super real!

Eu não tinha nem vontade (dá para perceber pela cara da pessoa), mas hoje vejo que foi bom.

Algumas descidas a mais e vimos Luiz nos esperando.

Como assim???? Ele caiu no primeiro trecho e machucou o trocanter (mais uma vez esse trocanter aparecendo na história!). Teve que desistir no km 25. Poxa! 

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Flores amarelas no caminho!

Agora sim! Chegada do Desafio 50 K da Chapada do Araripe

Enfim, chegamos! Geralmente, eu derrubo litros de lágrimas.

Desta vez, estava tão sugada em todos os campos (físico, mental e espiritual) que não chorei.

Apenas soltei um grito que veio da alma…

Prepare-se, portanto, para um grito do fundo da alma…

Lembre-se: inscreva-se no Canal Viajar correndo para não perder as novidades…

Eu achei as medalhas muito criativas e muito lindas.

Elas eram de couro e, praticamente, personalizadas, pois cada uma era de cor diferente. 

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Medalha linda.

A que ganhei quando cheguei não será doada não.

Será pendurada com muito carinho junto com outras especiais.

Isso porque para quem não sabe, eu levo algumas medalhas como doação para o professor de educação física da escola entregar aos alunos nos campeonatos.

Mas esta ficará comigo por tudo o que ela significou!

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Mais de perto…

Reencontrei Germana no final (confesso que não a vi quando cheguei), mas sim quando ela veio me abraçar.

Cara, ela estava tão limpa e eu tão imunda.

Mesmo assim, ela me deu um abraço que foi energizante! 

Ficamos lá esperando a chegada da amiga dela, a Vera Lúcia (que corremos mais ou menos juntas em vários trechos), e de Otávio. 

A chegada de Vera foi emocionante.

A gente nem se conhecia e eu também fui dar um abraço nela e chorei.

Enfim, coisas que a corrida nos proporciona. 

E Otávio também é ultramaratonista…

Esperamos mais um pouco, vimos outras chegadas emocionantes e, finalmente, Otávio chegou! Que alívio! 

Ele havia tido bolhas e crises de pressão baixa a partir do km 35 e não conseguiu desenvolver.

Não teve o tempo computado oficialmente, mas quem se importa? 

O mais importante foi que ele chegou e estava razoavelmente bem…

Desafio 50 K Chapada do Araripe
Chegando…
Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Que cara é essa??? He he he he…
Desafio 50 K Chapada do Araripe
O sofrimento passa rápido! Já estamos sorrindo… Ha ha ha ha…

Depois de algumas fotinhas, o descanso merecido a todos!

Desafio 50 K da Chapada do Araripe
Conseguimos!!!!!

Termino esse post gigante muito feliz por ter tido essa experiência.

Eu confesso que achei que tivesse mais trilhas, uma vez que a descrição da corrida dizia que a prova é uma ultramaratona de trilha. 

Desafio 50 K da Chapada do Araripe

No entanto, valeu muito a pena ter participado da prova e conhecer a Chapada do Araripe também!

Eu gostaria de ter tido mais tempo para poder visitar alguns geossítios do Geoparque do Araripe (só fomos à Colina do Horto – Santuário de Padre Cícero). 

Antes de fechar, em definitivo, gostaria de agradecer ao empenho e ao carinho da organização da prova e dos staffs em todo o trajeto. 

Além disso, um agradecimento especial aos fotógrafos Renato Neves e Jardel Matos que conseguiram captar os sentimentos emanados pelos corredores e retratar o Desafio de uma forma muito intensa e artística. 

Cada postagem das fotos nas mídias sociais é um momento de pura emoção.

Dessa forma, espero que tenha gostado da aventura. 

Você conhece o Desafio 50 K da Chapada do Araripe? Já teve a oportunidade de participar? Ou tem vontade de correr?

Além disso, tem mais alguma informação para complementar?

Então, escreva nos comentários e vamos continuar esta conversa.

Hoje fico por aqui!

Portanto, um super beijo e até a próxima,

Carolina


Mais sobre essa viagem…

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15 respostas

    1. Ha ha ha ha, pois é Leoluiz Amorim correr para viajar e viajar para correr é tudo de bom. O segundo trecho me fez achar que eu estava indo para o céu, de tanto que subi. E como estava quase sucumbindo, eu estava quase acreditando que ia parar no céu de verdade, ha ha ha ha ha. Obrigada pela visita e pelo comentário. Parabéns pela prova também. Bons treinos!!!!
      Abraços
      Carolina

    1. Obrigada Tati. Foi uma parte light, mas eu só fui saber disso depois que começou a segunda, ha ha ha ha ha…
      Um super beijo e obrigada pela visita!
      Carolina

  1. Conheci vocês no aeroporto, achei o post sensacional. Quando sair o segundo, divulguem nas redes para eu ler. De fato a prova foi única, sensacional, no mesmo nível ou melhor do que ano passado. Sem falar que estar entre amigos e pessoas tão queridas, com um único objetivo, traz paz e alento ao coração.

    Bjs

    1. Oi Rafael!!!! Pode deixar, a continuação do segundo trecho será publicada no domingo. Estou terminando os ajustes nos vídeos e imagens, porque virá recheado, ha ha ha ha!!!!
      Obrigada pela visita e bons treinos!!!!
      Beijos
      Carolina

    1. Ha ha ha ha ha, obrigada Lulu! Mas, agora, vou voltar para as distâncias menores e ficar correndo até 25 Km. Não estou com muito tempo para treinar e me dedicar a distâncias maiores!!!!
      Um super beijo e obrigada pela visita!
      Carolina

  2. Acordar 03h45 pra correr 05h15??!!!!! Jesus!!! rsss… Amiga, só você mesmo!!! Que orgulho tenho dessa moça, gente! E depois de tudo, ainda termina com este sorrisão lindo e encantador!!! Eita orgulho que eu tenho dessa Belo!!!!!
    Beijos!

    1. Ha ha ha ha, Ana Paula, confesso que quando o relógio tocou eu pensei: "Nãããããããoooooo, eu quero dormir mais!!!!". Mas, como a meta era correr essa prova, lá fomos nós!!!!! E tem que terminar feliz, né? Afinal, a gente escolheu isso (na prova, quando alguém reclama, sempre tem alguém para dizer que ela que escolheu. O povo fica irado, ha ha ha ha)…
      Obrigada pela visita!!!
      Um super beijo
      Carolina

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