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Maratona do Rio 2018 por Klécia Casemiro

Maratona do Rio 2018 por Klécia Casemiro

Olááá!! Tudo bem? Há dois meses aconteceu a Maratona do Rio 2018.

Eu não fui, mas minha amiga Klécia Casemiro do blog Fui Ser Viajante foi.

E ela assume o texto de hoje aqui no Viajar correndo.

Aliás, um texto bem interessante e emocionante.

Afinal, foi a primeira maratona dela. 

Então, com você, Klécia…

Maratona do Rio 2018

“Minha primeira Maratona: Rio 2018

Eu lembro quando comecei a correr.

Eu queria emagrecer e decidi acompanhar meu marido nos treinos de corrida. 

Para uma completa sedentária com vários problemas respiratórios, o primeiro quilômetro não veio fácil: faltava fôlego, faltava perna. 

Levou um tempo, mas o corpo foi acostumando com a rotina do asfalto. 

Cada pequena conquista era uma grande vitória: os primeiros 5km, a primeira prova de rua, e depois 10km e 15km e a incrível superação de cruzar a linha de chegada de uma meia-maratona. 

21 km! Como eu tinha chegado tão longe?

Chorei logo depois da linha de chegada, cheia de bolhas nos pés e muita dor no quadril. 

Como uma medalha podia carregar tanto sentimento de superação?

Nunca fui de correr rápido, mas sou daqueles que não desistem quando colocam uma coisa na cabeça. 

Por isso, lá no fundo, eu acreditava que conseguiria dar mais um passo e tentar correr uma maratona. 

Mas será que o corpo aguenta o que a cabeça quer?

Maratona do Rio 2018: superando limites

Eu já tinha dito não aos amigos corredores por dois anos seguidos. 

‘Maratona não é pra mim, não dá pra correr por tanto tempo’.  

Mas se a gente nunca tentar, nunca vai saber, no final das contas.

Um dia eu estava em casa, zapeando pelas redes sociais e apareceu o aviso que as inscrições para a maratona 2018 estavam acabando. 

Foi instantâneo: peguei o cartão e fiz a minha inscrição.

Era o meu ano, eu queria ver até onde eu conseguia ir.

Os treinos…

Quando decidi fazer a Maratona do Rio 2018, os longões do final de semana começaram a fazer parte da rotina.

Todo sábado era colocar o tênis, sair de casa ainda no escuro e correr no meu circuito de sempre: do Maracanã até a zona sul. 

E foi assim que conquistei meus primeiros 25, 30 e o máximo de 32 km, que veio algumas semanas antes do dia da prova.

Mas quanto maior a distância, mais problemas foram aparecendo.

O corpo parecia estar avisando que eu estava exigindo um pouco demais. 

Bolhas, unhas roxas e um joelho inflamado

Primeiro as bolhas na sola dos pés, um problema crônico na minha corrida, começaram a se acumular, uma por cima da outra, até prejudicar a pisada. 

Depois, consegui uma unha roxa em cada pé, que fica naquele cai – não cai. 

Mas até aí tudo bem, unha roxa é troféu de corredor, né?

O problema começou a ficar sério quando o joelho inflamou.

Primeiro o direito, depois o esquerdo.

Uma tendinite crônica já tinha me tirado do vôlei, há uns anos atrás. 

E agora a dor estava de volta com tudo.

Na fase mais crítica, um mês antes da maratona, eu não conseguia flexionar sem sentir muita dor.

Comecei o anti-inflamatório e reduzi os treinos no último mês.

Eu queria fazer a maratona.

Depois de tanto treino, tanta dedicação, não era possível que a dor fosse me tirar da prova. 

‘Não importa o tempo, o que eu quero é cruzar a linha de chegada’. 

E foi pensando assim que chegou a semana da maratona.

Expo Rio Run: fila para pegar o kit (e um paparazzi da Carol)

Decidi pegar o kit no primeiro dia da Expo Rio Run.

Era feriado e eu tinha duas pessoas queridas para ver na feira. 

A Ana, do blog Espiando pelo Mundo, estava no Rio pela primeira vez para acompanhar o marido que ia correr o Desafio Cidade Maravilhosa. 

E a Carol estava no Espaço Appai, em uma mesa redonda incrível com o atleta Ronaldo da Costa e mais um monte de gente bacana. 

Não consegui falar com a Carol, porque tive que entrar na fila do kit, mas deu pra registrar o momento papparazi da nossa Youtuber de corrida favorita 😀

Maratona do Rio 2018

Por falar em fila, a minha estava só começando.

Não tinha ideia que eu ainda ia passar mais 4 horas por ali, esperando para pegar minha camisa. 

Era feriado, no primeiro dia eles reservaram mais guichês para os corredores da meia-maratona, que seria sábado. 

Resultado: tanto a fila da maratona quanto a do Desafio Cidade Maravilhosa estavam dando voltas e voltas no espaço da feira. 

Quando enfim consegui pegar meu kit, estava com tanta fome e cansada que nem aproveitei para circular nos expositores.

Fui pra casa descansar as perninhas para o domingo!

O dia da prova: como foi minha primeira maratona

Eu estava nervosa, claro.

Mas estava muito confiante também.

Amigos mandavam mensagem de incentivo, e isso ajuda muito.

Meu marido foi me levar até a largada, para me dar um beijo de boa sorte. 

No caminho para o Recreio, recebi a mensagem da Carol, que estaria no Km 35 pra dar um gás para os amigos com um abraço e uma coca-cola. 

Chegamos lá e era muita gente, pra todo lado.

Mas tudo parecia super bem organizado.

Deixamos a sacola no guarda-volumes e eu tentei ir ao banheiro, mas a fila estava enorme e acabei desistindo.

A hora da largada já estava chegando.

Alinhamos com os outros corredores e a energia era muito boa.

Todo mundo se incentivando, torcendo um pelo outro. 

Eu estava lado a lado com um amigo que tinha treinado comigo e ficamos mais pra trás para evitar o aperto de largar lá na frente. 

Largada da Maratona do Rio 2018

Com isso, acabamos ficando no terceiro ou quarto pelotão de largada.

Acabamos passando no pórtico perto das 7h30min, bom tempo depois da prova ter começado.

Larguei num pace tranquilo, como eu tinha programando desde os treinos.

O dia estava nublado e bem úmido, então estava difícil suar. 

Já percebi ali que era preciso ter cuidado para o corpo não superaquecer.

Hidratação ia ser essencial apesar de nem ter sol.

A Praia da Macumba e o Recreio passaram tranquilos.

A ‘Reserva Infinita’ também não me assustou: eu gosto de correr ali, não sei porque.

Ainda estava lado a lado com meu amigo, a gente ia conversando e mantendo o pace.

Era bacana ver como a corrida de rua é inclusiva.

Estava todo mundo junto ali: jovens e velhos, gordos e magros, gente indo rápido e devagar.

O mais legal era ver o pessoal do Desafio Cidade Maravilhosa, carregando com orgulho a medalha da primeira conquista: a meia-maratona do dia anterior.

Correndo na Barra da Tijuca

A praia da Barra chegou, e com ela a dor no meu joelho.

Insisti. Igual aos treinos, mais de uma vez corri com dor. Até onde der, eu pensava.

Em um dos postos da Barra, parei para ir no banheiro.

Não ter conseguido ir na largada fez falta ali.

Aproveitei para esticar o joelho para os próximos quilômetros.

Entre os kms 19 e 20, pertinho do elevado do Joá, a dor começou a incomodar demais.

Vi que não ia dar pra ir até o final mantendo o mesmo pace.

Mas eu não queria atrasar meu amigo, então mandei ele seguir sem mim. 

Ele insistiu em ficar, não queria me ver desistir.

Mas não tinha como: a maratona é algo que você corre junto com milhares de pessoas, mas é uma prova que você faz sozinho. 

E eu precisava encarar aquele desafio por conta própria.

Segunda metade da maratona

Dai em diante, comecei a dosar a corrida com paradas para alongamento.

Fiz várias, mais ou menos a cada 3 ou 4 km.

A maratona foi um processo muito doloroso pra mim, mas de muita evolução também. 

Ir além, enfrentar os medos, engolindo o choro e cumprindo a missão. Alcançando um sonho.

Um dos melhores momentos foi a passagem do Túnel do Joá, com a empolgação de todo mundo cantando alto a música e dançando na iluminação do jogo de luzes. 

Saindo do túnel, vi muita gente machucada como eu.

Gente correndo com uma passada lateral, por ser a única posição possível sem dor. Muita dor na lombar, e desidratação. 

As pessoas se ajudando ao longo do caminho é outra marca das corridas de longa distância.

Subir a Niemeyer foi duro, mas não foi tão sofrido quanto eu imaginava.

Quando terminou a subida e meu joelho ainda aguentava mais um pouco, comecei a ter fé que daria pra ir até o final.

Quando chegamos na praia, eu estava na minha parte favorita do circuito.

Adoro correr ali, passando pelo apoio de todo mundo que vem pra rua acompanhar a prova.

Não sei se as pessoas sabem o quanto ajuda aquele grito de incentivo, mas pra mim ele é essencial.

Na praia encontrei uma equipe de uns 20 corredores, todos com a mesma camisa.

Acompanhei eles por um bom tempo, e me emocionei porque sempre que um parava, todos esperavam por ele. 

Uma bonita definição de equipe, que me lembrou mais uma vez que não é sobre o tempo da sua corrida: é sobre terminar, todos juntos.

No km 35, lá estava Carol com o maior sorriso do mundo. 

Maratona do Rio 2018

Ela me deu um abraço tão bom, e me empurrou para o final da corrida com uma frase que me marcou muito:

Seja feliz. 

Maratona do Rio 2018

Seja feliz!

E era sobre isso, no final de tudo: a felicidade de realizar um grande sonho!

Tive que segurar o choro algumas vezes daí pra frente. O joelho doendo, o medo, a ansiedade. Mas se eu começasse a chorar, não ia terminar. 

E eu queria mais que tudo na vida terminar minha primeira maratona. O choro não podia sair (ainda).

Maratona do Rio 2018

Os dois últimos quilômetros foram os mais longos da prova. 

Maratona do Rio 2018

As pernas pesadas, as pessoas que caminhavam e empurravam e corriam junto comigo.

Maratona do Rio 2018

Quando eu vi a linha de chegada, não acreditei que era real.

Eu realmente tinha conseguido percorrer 42,125 km. 

Foi aos trancos e barrancos, mas era meu. Era minha primeira maratona.

Minha e de todo mundo que me ajudou e eu levava no coração junto comigo.

Maratona do Rio 2018

Já pertinho do pórtico, olhei pro relógio e vi o que eu já esperava.

O tempo estava bem além do que eu tinha previsto nos treinos.

Mas a chegada estava ali e o tempo alto não importava mais. Foi aí que ouvi bem alto:

‘Klécia! Klécia!!!’

Olhei pro lado e era Rafa, filmando minha chegada e me mandando um beijo de longe. Aí não aguentei mais. 

Chorei mesmo, chorei muito, e atravessei o pórtico pra chorar até quase sufocar depois da linha de chegada. Eu consegui! 

Reflexões sobre a Maratona do Rio 2018

Essa é a história da minha primeira maratona em 2018!

Só hoje, quase dois meses depois, consegui mastigar um pouco as emoções desse dia e contar pra você a historia desse sonho. 

A maior mensagem é que sim, é possível.

Se foi possível pra mim, pode ser pra você também.

Seja lá o que você quiser muito, coloca a vontade na cabeça e no coração, trava a garra nos dentes e vai. Porque dá.

Aprendi muito com a corrida de rua. Sobre mim, sobre a vida, sobre limites e superação.

Da pessoa que não conseguia correr 200m para a mulher que completou uma maratona, tem uma vida de aprendizados.

Ainda estou me recuperando do joelho e não sei qual será meu futuro nas pistas.

Mas sei uma coisa com certeza: se te faz feliz, se te dá a sensação boa de superar seus limites, é exatamente isso que você precisa fazer (na vida e nas corridas).

Obrigada Carol pela oportunidade de contar minha história aqui.

Você é um grande exemplo pra mim, e foi uma das pessoas que me ajudou a cruzar a linha de chegada da minha primeira maratona. Obrigada, viu?”

Klécia Casemiro


O que falar?

Bom, o que falar??? Quando li o texto da Klécia, estava voltando de viagem.

Eu danei a chorar no avião, porque foi passando um filme na minha cabeça. 

Fiz essa prova quatro vezes.

Cada uma de um jeito diferente, sendo que a última foi a mais especial de todas (e foi nela que decidi não fazer mais a Maratona do Rio, como já disse cem mil vezes).

Muito bom poder ver o quanto essa prova mexe com as pessoas.

Parabéns Klécia. Como você disse, era a sua prova. Mesmo não sendo do jeito que você esperou, foi a sua prova. 

Que bom que você conseguiu!! Fico muito feliz por essa conquista.

Mais ainda por ter feito parte dela por alguns segundos e, principalmente, porque você foi feliz (eu amo um “seja feliz”)!!

E é isso que importa!!!

Muitoooooo obrigada por compartilhar sua história aqui no Viajar correndo!

Melhoras para seus joelhos, para que você volte logo para as pistas!!

Ahhh, e obrigada também pelo momento paparazzi na Expo Rio Run. AMEI!!!!

Klécia escreve muito bem, né? Como disse, no início, ela tem o blog Fui Ser Viajante. 

Lá ela conta sobre experiências reais de viagem, dando dicas, inclusive, para escapar das “furadas” que podem aparecer no caminho de qualquer viajante. 


Para ler mais textos da Klécia, visite o blog Fui Ser Viajante


Você tem alguma consideração a fazer sobre a Maratona do Rio 2018, sobre o relato ou algo?

Então, escreva aqui nos comentários!

Portanto, hoje fico por aqui!

Um super beijo e até a próxima,

Carolina

Vídeos sobre a Maratona do Rio

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